Análise dos dois tipos de relatórios do Google Privacy Sandbox no Android

Após seu anúncio em fevereiro de 2022, o Google iniciou oficialmente a fase de testes beta do Sandbox de privacidade no Android para dispositivos Android 13 selecionados. Conforme apresentamos em nosso artigo recente explorando o lançamento beta, a Adjust está contente em participar como um dos primeiros testadores, colocando a mão na massa nesse próximo passo da iniciativa centrada na privacidade de dados do Google.

Hoje, vamos dar uma olhada em um dos aspectos mais interessantes do Sandbox de privacidade no Android (PSA, Privacy Sandbox on Android) do ponto de vista de atribuição e mensuração. Para entender a abordagem de mensuração do PSA, primeiro é importante ter em mente seu objetivo fundamental: remover ou reduzir a dependência de identificadores de terceiros (GAID, Google Advertising ID) e fornecer maior privacidade ao usuário, além de oferecer suporte a casos de uso importantes para atribuição e mensuração de conversão em diferentes aplicativos.

Esse objetivo deve ser obtido por meio de dois tipos de relatório: relatórios de eventos e relatórios agregáveis. Os dois tipos de relatório provavelmente se tornarão um componente essencial da estratégia de qualquer profissional de marketing mobile ao trabalhar com o PSA.

Após um acionador (palavra do PSA para eventos que podem ser atribuídos à conversão) ser atribuído a uma fonte de atribuição, um relatório no nível de evento é gerado e armazenado no dispositivo em que o aplicativo foi instalado até que possa ser enviado de volta à URL de postback de cada tecnologia de anúncios durante uma das janelas de tempo designada para envio de relatórios. Essas janelas de tempo são semelhantes às janelas de mensuração do SKAdNetwork (SKAN) da Apple, mas são mais específicas, oferecendo alguma personalização, e o relatório de eventos é enviado mais cedo comparando com o postback do SKAN. As janelas têm a seguinte aparência:

• Fontes de atribuição de ad views (impressões): o relatório é enviado uma hora após a fonte expirar. A validade da fonte pode ser configurada entre 1 e 30 dias.
• Fontes de atribuição de cliques em anúncios: o relatório é enviado antes ou quando a fonte expira, em pontos específicos relativos a quando a fonte foi registrada, e não pode ser configurado. O tempo entre a fonte de atribuição e a validade (quando o relatório do evento é acionado) é dividido em várias janelas de relatório, cada uma com um prazo que começa no horário da fonte de atribuição. Ao final de cada uma dessas janelas de relatórios, o dispositivo coleta todos os acionadores (eventos) ocorridos desde a janela de relatórios anterior e envia o relatório do evento. Estas são as janelas de relatório que podem ser definidas:
  • 2 dias: todos os acionadores ocorridos até dois dias após o registro da fonte. O relatório é enviado uma hora após o fechamento da janela.
  • 7 dias: como a anterior, mas para acionadores entre dois e sete dias.
  • Período personalizado: definido pela atribuição de "validade" de uma fonte de atribuição, que não pode ser inferior a um dia nem superior a 30 dias. O relatório do evento será enviado uma hora após essa validade personalizada.

Dos dois tipos de relatórios do Sandbox de privacidade no Android, os relatórios de eventos são os que podem ser comparados aos postbacks do SKAN. Eles fornecem dados do funil superior (campanha, subcampanha, criativo, ID de clique etc.) para associar uma visualização ou clique específico a uma pequena quantidade de dados de conversão. Eles são mais úteis quando são necessárias poucas informações sobre o acionador, pois o acionador no nível de evento é limitado a três bits de dados acionadores. O que eles não podem fazer ou oferecer é a codificação de dados granulares, como um preço específico ou horário do acionamento. Um exemplo pode ser semelhante a: ID de clique 12345 levou a uma compra no aplicativo XYZ.

Os três bits são conceitualmente semelhantes aos valores de conversão do SKAN no sentido de que, quando um evento ocorre no aplicativo, ele pode ser rastreado no nível do bit. A principal diferença é que os relatórios de eventos do PSA têm menos bits. Somente os três eventos mais importantes podem ser rastreados para cliques e apenas um pode ser rastreado para impressões. Os clientes poderão configurar a prioridade desses eventos por meio dos bits, semelhante ao mapeamento de valores de conversão.

Além dos relatórios no nível de eventos limitados/anônimos, o PSA também oferece relatórios agregáveis, que fornecem dados de acionamento granulares mais rapidamente. Como o nome sugere, no entanto, esses dados são fornecidos como um agregado e não estão associados a um acionador ou usuário específico. Esses relatórios são ricos em dados do funil inferior, como receita, número de compras, etc., e apresentam detalhamentos do funil superior, como nível da campanha e localização geográfica. Um exemplo poderia ser algo como: A campanha X gerou um total de 1.000 conversões e uma receita total de US$ 20.000. Embora você não obtenha informações de acionadores específicos de clique ou dispositivo, essas informações agregadas são extremamente valiosas e são completamente diferentes de qualquer relatório recebido do SKAN.

Até 128 bits podem ser usados para relatórios com valores acionadores como receita e outros tipos de acionadores, com definições chave de agregação e valores que devem ser definidos durante a etapa de registro de fonte e acionador. A configuração e os detalhes sobre como funciona ainda estão em momento de testes. Forneceremos mais informações assim que estiverem disponíveis.

Assim como os relatórios de eventos, os relatórios agregáveis utilizam a atribuição priorizada por fonte. No entanto, eles suportam mais conversões atribuídas a um clique ou visualização e funcionam assim:

1. O dispositivo envia relatórios agregáveis criptografados para a tecnologia de anúncios, que não pode usá-los diretamente. É por isso que são chamados de agregáveis e não de agregados.
2. A tecnologia de anúncios envia um lote desses relatórios agregáveis para um serviço de agregação, que deve ser implantado com antecedência e baseado em binários fornecidos pelo Google.
3. O serviço de agregação lê o lote de relatórios, descriptografando-os e agregando-os em seguida.
4. Esses agregados resultantes são enviados de volta à tecnologia de anúncios em um relatório resumido, e pronto, você agregou dados com os quais poderá trabalhar.

Um exemplo dos dados que um relatório agregado pode conter:

1. Destino: o nome do pacote do aplicativo ou URL da Web eTLD+1 onde o acionador ocorreu.
2. Data: a data em que ocorreu o evento representado pela fonte de atribuição.
3. Payload: valores de acionadores, coletados como pares de chave/valor criptografados, que são usados no serviço de agregação confiável para calcular as agregações.

Na Adjust, continuamos a trabalhar em estreita colaboração com o Google como um testador inicial. Assim podemos criar soluções líderes do setor que ajudem os anunciantes a prosperar enquanto colocam a privacidade dos dados do usuário no centro das atenções. Se você tem um aplicativo e está interessado(a) em participar da versão beta em andamento, pode solicitar acesso a um número limitado de dispositivos e registrar-se para utilizar as APIs do Sandbox de privacidade. O Google planeja ter mais versões beta em 2023, o que significa que aplicativos e provedores de atribuição/pacotes analíticos como a Adjust terão a oportunidade de continuar testando soluções e usando as novas APIs para veicular anúncios relevantes para usuários que optaram por participar e testar sua eficácia. Recomendamos que você se familiarize com o PSA o máximo possível para estar totalmente preparado(a) quando ele for totalmente implementado até o final de 2024.