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Criptomoedas e o mercado mobile em 2022 parte 2: blockchain, criptomoedas e o significado para o mercado mobile

Introdução

Na parte 1 da nossa série Criptomoedas e o mercado mobile em 2022, vimos os desenvolvimentos centrais que levaram à adoção dos aplicativos de criptomoedas. Apesar de todo o alvoroço gerado em torno disso, o tema pode ser um pouco complicado. O que significa, então, blockchain, criptomoedas e Web3 e como eles se relacionam com o mercado mobile e os desenvolvedores?

Neste artigo, vamos desvendar os principais conceitos, explorar como o mobile é uma porta de entrada para o ecossistema de câmbio de criptomoedas, observar os desafios e oportunidades dos aplicativos de câmbio nesta área, bem como explicar como os MMPs, tal qual a Adjust, tem um papel fundamental em ajudar aplicativos de criptomoedas e fintech a se tornarem a plataforma preferida dos usuários para ativos digitais.

PARTE 1

O que é blockchain?

Deixando as tendências, o alvoroço e a especulação financeira de lado, a base das criptomoedas e da Web3 é um novo tipo de estrutura de dados de back-end. Talvez a palavra mais associada com a promessa tecnológica envolvendo as criptomoedas seja “blockchain.” A blockchain é um tipo de tecnologia de livro-razão descentralizado e distribuído (e geralmente público), que pode ser entendido como uma base de dados aberta e distribuída. Como o nome em inglês sugere, ela usa uma série de blocos ("block") ligados em uma cadeia ("chain") por criptografia. A arquitetura da blockchain foi popularizada pelo artigo sobre bitcoin de 2008, de Nakamoto. A tecnologia de livro-razão distribuído (DLT) também é usada para incluir outros modelos de dados fora a blockchain. Esses termos se referem a como os dados são armazenados e estruturados.

A blockchain é mantida por uma rede de participantes que chegam a um acordo sobre o status da rede a partir de um mecanismo de consenso. Esse mecanismo diz respeito a como as redes estão seguras contra ataques e como os participantes chegaram a um acordo sobre um status para a rede. Os tipos mais comuns são a prova de trabalho (PoW, do inglês proof-of-work), usado pela rede Bitcoin e atualmente pela Ethereum, e a prova de participação (PoS, do inglês proof-of-stake), usada, em geral, por plataformas de contratos inteligentes. Os tokens nestas redes são distribuídos aos participantes para que cumpram seu papel em assegurar a rede pelo mecanismo de consenso.

A começar pela Ethereum, algumas blockchains também são plataformas de contratos inteligentes. O que as difere da rede Bitcoin (uma rede usada para transações de bitcoins entre pares) é que a blockchain é usada para além do registro de transações monetárias. Ela também pode armazenar informações mais complexas e criar contratos inteligentes, os quais podem executar transações complexas com base em condições previamente acordadas. Essas plataformas também são chamadas de "redes de primeira camada" e, além da Ethereum, outros projetos estão incluídos como Cardano, Solana, Avalanche, Luna, Tezos e mais. Os aplicativos criados nessas redes são conhecidos como aplicativos descentralizados (dApps).

Outros impulsionadores que influenciaram o interesse no mercado de criptomoedas foram dois casos de uso que se desenvolveram nessas redes: as finanças descentralizadas (DeFi) e os tokens não fungíveis (NTFs). As DeFi são um conjunto de aplicativos que oferecem aos usuários um serviço de finanças descentralizadas, como empréstimo, crédito, derivados e outros a partir de criptomoedas baseadas em blockchain. Falaremos mais sobre NTFs na próxima parte desta série.

PARTE 2

O que são criptomoedas e ativos digitais?

Em um sentido mais amplo, as criptomoedas e os NTFs são ativos digitais negociáveis criados em um livro-razão digital (como a blockchain) e protegidos por criptografia. No entanto, além desta definição simplificada, as criptomoedas podem variar imensamente e a maneira como elas se relacionam com moedas, títulos e commodities está em aberto. Algumas (como a Bitcoin e Ether) são ativos nativos, indispensáveis para o funcionamento de uma rede descentralizada, ao passo que outras são criadas a partir de plataformas de contrato inteligente pré-existentes (sendo a mais comum, a Ethereum).

Além do investimento em Bitcoin como ativos especulativos e do uso de plataformas de contrato inteligente para aplicativos descentralizados, dois outros tipos de criptomoedas tiveram adesão dos usuários: as stablecoins e memecoins. As stablecoins são criptomoedas atreladas a ativos financeiros do mundo real, geralmente ao dólar americano. Elas podem ser emitidas de forma centralizada e sustentadas por ativos em uma conta bancária (como a tether ou a USD Coin - USDC) ou ainda de forma algorítmica e descentralizada (como a DAI). O Circle, emissor de USD Coin foi avaliado recentemente em US$ 9 bilhões, e a USDC foi integrada como uma opção de pagamento nas redes Visa e Mastercard.

As memecoins como Doge e Shiba Inu vem ganhando popularidade e alta capitalização de mercado. Apesar destas moedas, feitas a partir de piadas, não serem úteis nem oferecerem inovações tecnológicas, elas ganharam um público fiel e grande atenção da mídia, atraindo novos usuários para sua comunidade e espírito viral.

A vontade de usar os aplicativos DeFi e comprar NTFs, assim como a vontade de investir em criptomoedas como ativos especulativos ou como métodos de pagamento e estratégia para poupar dinheiro (especialmente em mercados emergentes), gerou uma grande onda de adesão às criptomoedas entre 2020 e 2021, como indicou o índice global de adoção de Criptomoeda da Chainalysis com um aumento anual de 881% no terceiro trimestre de 2021 e mais de 2.300% desde o terceiro trimestre de 2019. Os aplicativos mobile oferecem uma das principais portas de entradas para ter acesso a esses ativos digitais.

PARTE 3

Os aplicativos mobile como porta de entrada para o mercado de criptomoedas

Os aplicativos mobile surgiram como uma porta de entrada para todo o mercado de criptomoedas. A maioria dos aplicativos desta área são corretoras, que permitem aos usuários comprar, vender transferir e guardar suas moedas. Apesar de vários terem crescido focando apenas em criptomoedas (como Coinbase, CoinDCX, Binance, FTX e crypto.com), eles começaram a competir cada vez mais com aplicativos de fintech tradicionais, que passaram a adicionar a funcionalidade de compra de criptomoedas (como Robinhood, Square e PayPal). Outros aplicativos similares incluem um portfólio de trackers, jogos baseados em blockchain (falaremos sobre o tema na próxima parte desta série) e carteiras mobile, que guardam chaves de acesso para ativos digitais e permitem a interação dos usuários com dApps baseados em blockchain.

Além das corretoras, aplicativos como BlockFi e Celsius Network oferecem serviços financeiros com criptomoedas, tais como créditos e empréstimos tendo a moeda como garantia. Conforme a competição por usuários e por geração de valor aumenta, a diferença entre corretoras de criptomoedas, provedores de serviços financeiros e corretoras de investimentos tradicionais está ficando cada vez menor, já que os grandes aplicativos buscam ganhar mais espaço nesse mercado.

No entanto, como a adesão dos ativos de criptomoedas pelos usuários tem crescido, também aumentaram as preocupações com regulamentos. As autoridades ao redor do mundo vêm discutindo como classificar as criptomoedas e regular o acesso a elas. Ações regulatórias nos EUA forçaram os aplicativos Coinbase e BlockFi a abandonar seus produtos remunerados que não estavam registrados como títulos. No mundo todo, o cenário de regulamentações constantes estabelece uma visão crítica às operações e ofertas de produtos nos aplicativos de criptomoedas.

PARTE 4

Os desafios e oportunidades para aplicativos de corretoras de criptomoedas

Além da incerteza em relação a regulamentação de certos produtos financeiros, os aplicativos de corretoras de criptomoedas também podem enfrentar desafios com a publicidade mobile. Depois da alta do mercado entre 2017 e 2018, as grandes plataformas de anúncios, como Google, Facebook, Twitter e LinkedIn, puniram e aboliram todos os anúncios relacionados a aplicativos de criptomoedas, devido ao alto número de fraudes nesta área. No entanto, conforme o mercado foi amadurecendo, essas restrições foram atenuadas e, hoje, os aplicativos de criptomoedas que seguirem as diretrizes das redes podem, novamente, veicular anúncios.

Apesar dos aplicativos de criptomoedas enfrentarem vários desafios, eles também oferecem grandes oportunidades, uma vez que a demanda dos usuários para investimentos em ativos digitais cresceu drasticamente em 2021. Conforme a competição para se tornar a principal porta de entrada do usuário neste mercado aumenta, os aplicativos de criptomoedas e de fintech precisam maximizar seu trabalho de aquisição de usuários (UA), otimizar os gastos e mensurar, com precisão, cada estágio da jornada, do pré e pós-instalação em diante. A Adjust oferece uma plataforma única para atribuição mobile, automação de campanhas, privacidade e proteção dos dados, dando aos profissionais de marketing de aplicativos as ferramentas necessárias para crescer seu app em qualquer estágio. Peça uma demonstração aqui.

Para saber mais, baixe "Tudo sobre fintech: o playbook de moedas digitais de 2022" (em preparação) e entenda como foi o desempenho dos aplicativos de criptomoedas em 2021, como o engajamento do usuário nestes aplicativos se compara aos de negociações de ações e como eles podem aproveitar ao máximo o trabalho de aquisição para atrair e manter usuários valiosos.

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